Miss. Rodrygo Gonçalves

Vejam, o Senhor, o seu Deus, põe diante de vocês esta terra. Entrem na terra e tomem posse dela, conforme o Senhor, o Deus dos seus antepassados, lhes disse. Não tenham medo nem desanimem. Dt 1:21

terça-feira, 28 de junho de 2011

Uma reflexão sobre a essência do Ministério


Ministério é serviço. A palavra “ministro” vem do termo latino “minister”, que por sua vez, deriva de “minus”, ou seja, “menos”. O “minister” era o servo, o homem do serviço. Na antiguidade, havia o “minister cubiculi”, que era o servo encarregado de arrumar os quartos da casa; havia também o “minister vini”, que era o servo encarregado de manter as taças cheias de vinho nos banquetes. O ministro é chamado para servir.

Em João 13, Jesus dá o grande exemplo: deixa a mesa principal e parte para o serviço. Esse ato nos dá a dimensão maior do ministério: somos chamados para servir. O apóstolo Paulo mostra no texto de I Tm.6.11, uma lista de qualidades que o ministro deve ter: justiça, piedade, fé, amor, paciência, mansidão. Todas são qualificações para a prestação de um serviço digno.
Ministério não é vitrine para um desfile de uma personalidade doentia, marcada pela vaidade; não é para os viciados em bajulação. Ministério é para trabalhadores da seara, servos. Um pastor muito sábio dizia: “O símbolo do ministério é o avental sujo”.

Vejamos algumas dimensões do ministério verdadeiro:

1. Caráter: o fundamento do ministério (Fp.2.14-16)
2. Serviço: a natureza do ministério (II Tm.2.3, 4)
3. Amor: o motivo do ministério (Rm.12.9-11)
4. Sacrifício: a medida do ministério (Sl.40.5-9)
5. Submissão: a autoridade do ministério (Fp.2.5-8)
6. Glória de Deus: o propósito do ministério (I Co.10.30-32)
7. Palavra e oração: as ferramentas do ministério (Hb.4.11-13)
8. Crescimento da obra: O privilégio do ministério (Mt.13.31, 32)
9. Espírito Santo: o poder do ministério (Ef.5.18-20)
10. Cristo: o modelo do ministério (Hb.7.22-27)

Aristóteles, filósofo grego, costumava dizer: “Onde as necessidades do mundo e suas habilidades se cruzam, aí está sua vocação”. Vocação é aquilo que somos, não apenas o que fazemos. Aquele que não sabe ao certo quem é, não sabe ao certo o que deve fazer nem como fazer.

Vocação e chamado são duas faces da mesma moeda. Que moeda é essa? Propósito! O propósito de Deus para nós é o que nos chama, nos vocaciona para que nossas vidas sejam plenas de significado. Para que aquilo que somos seja a verdade maior, e assim, não nos tornemos uma contradição. Assim, não somos destruídos pelo vazio da atualidade e nem fazemos uma série de coisas para abafar o grito de socorro da alma.

Deus chama homens e mulheres marcados pela graça. Vocacionados pelo amor, chamados para a “boa obra”, o “bom combate”, que tenham desprendimento das “coisas desta vida”, e que saibam viver para a glória de Deus. Deus chama homens e mulheres que possam ser seguidos, que tenham as marcas da cruz. Uma frase muito sábia diz: “Liderar não é dar ordens, é ser seguido”.
 
Ministério é coisa séria.

Alan Brizotti

quinta-feira, 23 de junho de 2011

CÂMARA TAMBÉM HOMENAGEIA CENTENÁRIO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS NO BRASIL


Com o plenário lotado, a Câmara dos Deputados, em Brasília, realizou na manhã desta terça-feira uma sessão especial em homenagem ao Centenário das Assembleias de Deus no Brasil, celebrado em 18 de junho.

Parlamentares e pastores de todo o Brasil participaram da cerimônia que teve início pouco depois das 10 horas da manhã. Na solenidade, foi apresentado o vídeo em comemoração aos 100 anos, contando a chegada dos missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, e a trajetória da maior denominação evangélica do Brasil.

O evento foi proposto pelo pastor e deputado Paulo Freire (PR – SP), que dirigiu a sessão. Durante todo o período da solenidade, vários deputados evangélicos falaram da emoção e da importância da comemoração, entre eles, o deputado João Campos (PSDB – GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, que destacou a importância do segmento evangélico para a construção do país e relembrou os nomes de diversos líderes que fizeram parte da história da AD. “Essa sessão é para a glória de Deus, mas é justo que também se faça uma homenagem aos homens de Deus que fizeram parte dessa história”, enfatizou o parlamentar, citando nomes como os de Cícero Canuto de Lima, Alcebíades Pereira de Vasconcelos e Paulo Leivas Macalão.

Para o pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), esta foi mais uma oportunidade de enaltecer e glorificar ao Senhor pela comemoração. “O ambiente está muito bonito. Estamos aqui com a presença de quase todos os nossos deputados federais e da liderança evangélica da AD. E nessa solenidade podemos, mais uma vez, enaltecer, glorificar e adorar Àquele que tem abençoado o Brasil e a AD, nos fazendo celebrar o Centenário de nossa igreja com muito júbilo”, comemorou.

Pastor José Wellington Costa Júnior, presidente do Conselho Administrativo da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), também falou da alegria daquele momento. “Essa solenidade, promovida pelo Congresso Nacional, vem ratificar a representatividade dos evangélicos e, particularmente, da Assembleia de Deus do Brasil. Este trabalho, certamente, estará demonstrando que hoje a AD tem representatividade política, social e acima de tudo, é um parâmetro espiritual para o povo brasileiro”, afirmou.

Presidente da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil (Conamad), pastor Manoel Ferreira falou do desenvolvimento da AD ao longo desses 100 anos. “São 100 anos de vitória, de desenvolvimento em todos os sentidos, tanto na questão espiritual e também na área social e material. A igreja, além de ter feito um grande trabalho na área espiritual, tem crescido também na área social, no desenvolvimento humano. A igreja tem acompanhado esse processo. Hoje, estamos marcando um passo muito importante na história dessa nação e na história da Igreja”, enfatizou.

Pastor Samuel Câmara, presidente da Assembleia de Deus em Belém do Pará, falou das celebrações que estão acontecendo em todo o Brasil e da movimentação que está acontecendo em Belém durante esses dias. O líder convidou ainda a todos os parlamentares e pessoas presentes no plenário para participarem das festividades. “Essa é uma festa do Brasil. A Assembleia de Deus é uma igreja esplêndida, a maior dessa nação, e todos devemos comemorar essa marca de 100 anos!”, concluiu pastor Samuel Câmara, que finalizou prestando uma homenagem especial ao pastor Firmino Gouveia, um dos pioneiros da AD em Belém.
Fonte: Redação CPAD News

quarta-feira, 22 de junho de 2011

SENADO HOMENAGEIA O CENTENÁRIO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS


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Ao homenagear na segunda-feira dia 13/06 o centenário das igrejas evangélicas Assembleia de Deus, comemorado em 18 de junho, os senadores destacaram o papel social que a instituição desempenha na sociedade. Para o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que, com Magno Malta (PR-ES), requereu a homenagem, a igreja é um local em que as pessoas recebem solidariedade e fortalecimento para enfrentar as dificuldades.
- É ali, em cada uma delas, que, nos momentos mais duros de solidão e tristeza, nosso povo, sobretudo os mais humildes, encontra alento, paz, na comunhão com os irmãos - disse o senador Crivella.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) destacou que a instituição, além do conforto espiritual às pessoas, oferece serviços sociais e culturais. Como exemplo, ele destacou o trabalho de reabilitação de ex-presidiários realizado pela Assembleia de Deus, que, conforme destacou, torna as igrejas verdadeiros centros de assistência social.
Mesmo as pessoas que não concordam totalmente com o credo, observou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), devem reconhecer seu papel evangelizador. Segundo o senador, a igreja protege e oferece ascensão espiritual, social e econômica às pessoas.
- Eu considero que o processo de evangelização que houve no Brasil, e a Assembleia de Deus aí dentro, funciona hoje como uma espécie de rede de proteção e escada de ascensão. Uma rede de proteção para todos aqueles que, no Brasil, hoje, vivem como se estivessem caminhando numa corda bamba e encontram nas igrejas uma rede que lhes protegem. E aqueles que já caíram recebem das igrejas uma forma de encontrar o rumo, o caminho e ascenderem outra vez a um papel social - disse o senador.
O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), como católico, fez questão de homenagear a Assembleia de Deus, afirmando que "todas as religiões levam ao mesmo Deus". Ele defendeu um trabalho conjunto das diferentes igrejas para melhorar as condições de vida das pessoas.
Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), os governos precisam realizar parcerias com as igrejas. No Brasil, destacou, as diferentes religiões convivem de forma harmônica, o que poderá contribuir para um trabalho conjunto.
- Não podemos prescindir de uma aliança estratégica com as igrejas e, especialmente, neste momento, com as Assembleias de Deus, para que possamos atingir estes objetivos: construir uma sociedade mais justa, mais solidária e mais generosa - disse Rollemberg.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, participou da homenagem. Não puderam comparecer ao evento, mas enviaram cumprimentos à Assembleia de Deus a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que subscreveu o requerimento para a homenagem quando ainda era senadora, e os senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), Gim Argello (PTB-DF), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Magno Malta. Um coral de membros da Assembleia de Deus encerrou a homenagem.
Fonte: Iara Farias Borges / Agência Senado

domingo, 19 de junho de 2011

Reconstituição da chegada dos pioneiros inicia comemorações no dia do Centenário.


Na reconstituição da chegada dos fundadores da Assembléia de Deus, em Belém, momento que antecedeu a grande carreata do Centenário no último sábado (18), os suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg foram representados pelo pastor Kleber Almeida e o ator Daniel Vieira, líder do teatro da Missão. A embarcação “Saint Clement” saiu do Píer do Ver-o-Rio até a Escadinha do Cais, e dentro dela vários membros da Igreja, todos vestidos com roupas da época. A importância dessa encenação vai além dos muros da Igreja; revive um tempo em que Belém já estava esquecida pelo resto da nação. “Estou revivendo o chamado de Deus e o momento é grande e novo para a nação e para o mundo, onde a chama pentecostal chega a um continente sofrido e sem esperança”, comentou pastor Kleber.

Ele contou que na época da chegada dos pioneiros, a febre amarela e a lepra tomavam conta da população de Belém. “Belém vivia a miséria pós auge da borracha. Então viver esse momento aqui, hoje, me faz lembrar que Deus sempre olha por nós e por essa nação, mesmo para os que vivem sem esperança, sem amor e sem vontade de viver”, completou.

Para o ator Daniel Vieira que interpreta Gunnar Vingren o momento é de honra e de emocionante surpresa. “Nunca imaginei que estaria hoje aqui no Centenário da minha Igreja desempenhando papel tão importante. Gunnar era um grande pastor. É uma honra saber que Deus me escolheu para representar um homem tão fantástico e perceber que a história não acabou. É hora de surgir mais Gunnars e mais Daniéis”, confessou emocionado. Para os milhares de evangélicos que assistiram à encenação, a emoção não é diferente. “Vim de Miquelândia, cidadezinha de Goiás e estou sem palavras para descrever o que sinto. Esta cidade é maravilhosa e viver tudo isso está além das minhas expectativas”, enfatizou Cremilda Emília, 49 anos.

Para o paulista André Alcebides, 73 anos, que veio sozinho participar do Centenário, o momento nunca foi tão grande e significativo. “Há 25 anos sou evangélico e já participei de vários eventos, mas como este não vi igual. É gratificante perceber o quanto a Igreja esta crescendo e mostrando sua importância”. Mesmo para quem é de Belém o momento vai ficar marcado pra sempre. Lêda Franco, 51 anos, conta que a sensação que sentiu não tem explicação. “Fazer parte de uma igreja como essa, que consegue mover o mundo inteiro só nos enche de alegria. O Centenário ganhou uma dimensão impressionante e eu estou agradecida de fazer parte desse momento”, disse.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Programação do Centenario!!

Dia 16 - Quinta
8h – Inauguração do Museu Nacional da Assembleia de Deus
• Rua João Diogo, 221, Cidade Velha
9h – Inauguração da Avenida Centenário da Assembleia de Deus
10h – Inauguração do Centro de Convenções do Centenário
• Rod. Augusto Montenegro, 1802, Una
19h – Grande Concentração no Estádio do Mangueirão

Dia 17 – Sexta
8h – Impacto Pentecostal
• Centro de Convenções do Centenário
19h – Grande Concentração no Estádio do Mangueirão
Dia 18 - Sábado
8h – Reconstituição da Chegada dos Pioneiros e
Marcha do Dia do Centenário
• Saída: Escadinha – Chegada: Praça da Leitura
19h – Grande Concentração no Mangueirão
Celebração Musical do Centenário
23h – Vigilhão do Centenário
• Centro de Convenções do Centenário
Dia 19 - Domingo
11h – Batismo do Centenário • 5.000 pessoas
• Praia Grande (Outeiro)
19h – Celebração em todos os templos da Igreja em Belém
Dia 20 - Segunda
19h – Gravação ao vivo do DVD e CD do Centenário com os cantores da Sony Music, inclusive Damares, Cassiane, Elaine de Jesus e Lauriete
• Centro de Convenções do Centenário
19h – Celebração em Ação de Graças
• Templo Central
Fonte: http://www.adbelem.org.br

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pastor Samuel Câmara em entrevista ao Diário do Pará edição de 29 de maio de 2011.


Segue a matéria, transcrita do arquivo em PDF publicado em http://ee.diariodopara.com.br/, jornal cujo editorial é de linha secular, página A8.

Nessa entrevista, Câmara fala da festa comemorativa da denominação, cristãos na política, adoção de crianças por homossexuais e a resolução do Supremo Tribunal Federal na questão da união civil de gays.

Um desafio para além do centenário: unir irmãos da grande igreja.

O comandante das ações que marca os cem anos da Assembleia de Deus expõe bastidores das comemorações e esboça um futuro onde cabem ciência e a união de ramificações cristãs.


À frente de um momento histórico para a igreja que comanda, o pastor Samuel Câmara, 54 anos, avalia que, passada a festividade do Centenário da Assembleia de Deus, é hora de arregaçar as mangas para novos desafios, entre eles o de unir as diversas tendências que hoje dividem a igreja. Desafio que ele entende ser plenamente capaz de vencer. Afinal, desde que assumiu a presidência da Assembleia de Deus, em janeiro de 1997, viu a igreja pular a mais de 370 templos.

Graduado em Teologia pelo Instituto Bíblico das Assembleias de Deus em Pindamonhagaba (SP), licenciado em Filosofia e Pedagogia, bacharel em Direito e autor dos livros “Administração Eclesiástica” (esgotado) e “Bíblia e Jornal” Câmara defende ideias firmes em assuntos polêmicos, como a adoção de crianças por casais homossexuais e a participação política dos membros da igreja. Durante fiscalização das obras do Centro de Convenções do Centenário, cedeu a seguinte entrevista ao DIÁRIO.

P: Como estão os preparativos finais para p Centenário das Assembleias de Deus?

R: A todo vapor. Estamos nos preparando para festejar o centenário marcando a nossa cidade. Estamos entusiasmados com o número de pessoas, com as caravanas que se preparam para vir. É muito grande a repercussão no Brasil e no mundo. Posso dizer que somos abençoados. Os hotéis já estão começando a ficar reservados. Já há reserva de 20 mil vagas em acampamentos e em casas. Teremos no mínimo uma caravana de cada Estado. Só do Acre virão cinco ônibus.

P: A previsão é de quantas pessoas?

R: Nos três dias esperamos umas 450 mil pessoas. Veja bem, sem repercussão de centenário já lotamos o Mangueirão... nós temos 100 mil fiéis só em Belém. No Estado todo são 750 mil.
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P: Recentemente houve celeuma entre setores mais conservadores da Assembleia de Deus, que chamam vocês de idólatras...

R: Houve uma divisão. Nós representamos um segmento de vanguarda, de capital. Há quem veja isso como se fôssemos vaidosos ou como se houvesse falta de religiosidade. Mas temos que entender que somos grandes, temos várias divisões. A Assembleia de Deus é quem mais gerou outras igrejas a partir dela mesma. Somos uma raiz frondosa . Agora, como existe em qualquer segmento, existem os mais moderados e os mais avançados. Somos conservadores no trato da espiritualidade. Se eu fosse avaliar o comportamento deles, poderia dizer que eles seriam fariseus, ou seja, cultuam mais a forma do que o conteúdo. Para quem é grande, há sempre dificuldade com a redondeza, com a periferia. Isso se acentua mais no Pará, porque tem municípios distantes, onde o povo se veste de forma diferente. Só que não podemos nos engessar numa forma. A Assembleia de Deus é a igreja mais diversificada que existe. Tem espaço para todos os grupos e tendências. Se uma pessoa se veste de uma forma mais ou menos diferente, não importa. O que importa é a decência.

P: O senhor escreveu um artigo dizendo que não iriam roubar de Belém o Centenário...

R: Nós somos a igreja-mãe. E vamos celebrar isso. Nós já fomos espoliados no Sul e no Sudeste do Brasil. Estávamos excluídos das celebrações porque diziam que Belém não tinha estrutura para isso. Mas estamos honrando o nosso centenário. O Centro de Convenções foi construído em um ano. Construímos o Museu Nacional, único nesse gênero. Vamos receber gente do Brasil e do mundo e mostrar que Deus não errou quando escolheu Belém para iniciar essa obra.

P: Finda a comemoração do Centenário, quais são as metas e desafios que se impõem?

R: Internamente é a de provocar o entendimento maior entre os diversos segmentos e tendências da igreja. A Assembleia de Deus é um movimento com várias matizes. Precisamos fazer com que esses segmentos se entendam. Externamente é manter a dedicação missionária a todos os brasileiros, buscar a felicidade deles e da opção de viver abençoados à ideia de Deus, uma felicidade física e espiritual. Vamos manter uma posição agressiva de trabalho missionário. A Assembleia de Deus não é uma igreja metropolitana. Ela não está onde está o resultado econômico. É importante dizer isso, porque ela é maior do que os indivíduos. Eu sirvo agora, mas outros serviram antes de mim e outros servirão depois. Não temos centralização de qualquer forma, seja política ou econômica. A autonomia da igreja está acima de qualquer órgão.

P: O perfil da igreja vem mudando...

R: Sim. Entre as metas também está a de que vamos utilizar a ciência e a tecnologia. Temos o dever de usar esses meios. Durante muito tempo fomos avessos e contrários a isso. Já pregamos que o rádio era do Diabo, que a TV era uma caixa do Diabo, mas já nasceu um movimento representado por uma geração mais nova de que não é a ferramenta o mal e sim o conteúdo. Nós não queremos dominar o Brasil, mas queremos dar alternativas de fé cristã, seja na internet, no rádio, na TV. Se descobrirem uma civilização em Marte vamos comprar um Sputinik para levar Deus até lá. Quanto à ciência, os evangélicos sempre foram os mais avançados em relação a isso. Os países onde a fé protestante se disseminou são os mais avançados na pesquisa científica. Acreditamos que a ciência está a caminho de uma perfeição e com isso chegará a Deus. Antes riam quando falávamos que Deus criou Eva a partir da costela de Adão. Hoje se chama a isso de clonagem.

P: Diante disso, dessa mudança de perfil, como fica a participação política?

R: Hoje temos, só no Norte do Brasil, 52% de evangélicos, de todas as tendências. É uma comunidade tão grande, que responde, no mínimo por 10% da população brasileira, que não pode ficar alheia e omissa nas instâncias de poder. Achamos que é justo e legal que participemos na proporção daquilo que somos, para contribuir com ideias, com trabalho. Nós adicionamos na nossa vida um exercício de fé sistemático e comprometido. Não se discute mais se vamos ou não participar e sim de que forma.

P: Podemos pensar, por exemplo, num futuro prefeito de Belém ligado à Assembleia de Deus?

R: Nós temos uma relativa dificuldade para aglutinar. Somos descentralizados. Nós somos como um transatlântico, não fazemos curvas bruscas, fazemos curvas devagar, mas nós influenciamos muito e somos namorados por todos os pretendentes a cargos públicos, mas é claro que queríamos ver nossos filhos nessa situação.

P: Quais são os pilares políticos da igreja?

R: Democracia, família constituída do gênero homem e mulher, liberdade de expressão, da imprensa, inclusive, e desenvolvimento social voltados aos menos favorecidos, aos que não têm o que comer.

P: Como a igreja avalia a união estável entre homossexuais?

R: Estamos preocupados com a guinada do Superior Tribunal Federal, porque cultura, natureza e princípios não se mudam e princípios não mudam com uma canetada. A natureza diz que se deve discriminar ninguém, mas não podemos ficar omissos a uma aparente onda de admissão de uma aparente desvantagem de um grupo. O natural é que um homem se enamore de uma mulher e possa perpetuar-se nos filhos. Se a família for desestruturada, a família e a igreja desaparecem. Preocupamos-nos nesse momento pelas crianças. Como elas serão originadas? No momento em que se permite que se adote uma criança a partir de uma relação homoafetiva, elas terão essa visão: por que não fui gerado nem fui abraçado por uma mulher e um homem? Isso nos preocupa.