Miss. Rodrygo Gonçalves

Vejam, o Senhor, o seu Deus, põe diante de vocês esta terra. Entrem na terra e tomem posse dela, conforme o Senhor, o Deus dos seus antepassados, lhes disse. Não tenham medo nem desanimem. Dt 1:21

quinta-feira, 24 de março de 2011

PAULO TESTIFICA DE CRISTO EM ROMA. Subsídio para13ª Lição Bíblica - 1º Trimestre/2011

Neste caminhar ao destino que o Senhor estabeleceu para nós, nem sempre a forma e as circunstâncias são as que idealizamos ou planejamos. Pensamos de um jeito e Deus faz de outro. O jeito que Ele faz é sempre o melhor, mesmo que a princípio fiquemos confusos e até com dúvidas, mesmo que implique em grande sofrimento e tribulação para nós.

Para ver todo subsídio click no link abaixo:

Não nos preocupemos como vamos chegar. Apenas confiemos e esperemos Nele. Chegaremos e realizaremos a Sua vontade e propósito! Coragem! Ânimo!

sexta-feira, 18 de março de 2011

AS VIAGENS MISSIONÁRIAS DE PAULO. Subsídio para 12ª Lição Bíblica 1º Trimestre/2011


Nesta 12ª Lição, que trata sobre as viagens missionárias de Paulo, devido a grandeza e extensão das mesmas (precisaríamos de um trimestre inteiro para estudá-las com maior profundidade e detalhes), me deterei em extrair lições práticas de alguns eventos.

COMISSIONADOS PELO ESPÍRITO SANTO

"Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, por sobrenome Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, colaço de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando, e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram. Enviados, pois, pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. " (Atos 13.1-4)

A chamada de Paulo e Barnabé para a obra missionária é um grande referencial para nós na atualidade. Observemos alguns princípios:

- E, servindo eles ao Senhor e jejuando

Paulo e Barnabé já estavam envolvidos com várias atividades na igreja, antes de serem comissionados para a obra missionária. Já testemunhei a "chamada" de pessoas para obra que não estavam envolvidos com nenhuma atividade na greja local, além de estarem acomodados em relação aos estudos e trabalho secular.

Há muitos na igreja querendo trabalhar em tempo integral apenas visando segurança e estabilidade financeira. Os homens e as mulheres de Deus que ao longo da Bíblia e da história foram chamados para grandes obras, estavam envolvidos com atividades diversas na igreja ou fora dela (Êx 3:1-10; Jz 6.:1-14; 1 Sm 16.1-13; Mt 4.:8-22, e etc). Deus chama trabalhadores para a sua obra, e não preguiçosos e acomodados.

Eles jejuavam com regularidade. Paulo e Barnabé eram mestres, que juntamente com os demais líderes e obreiros da igreja em Antioquia entendiam a importância espiritual do jejum. Oração e jejum são práticas necessárias para o equilíbrio entre intelectualidade e espiritualidade, saber e poder espiritual (Mt 6:16, 17:21, etc) .

- Disse o Espírito Santo

Nos dias atuais o Espírito Santo deixou de ser ouvido em muitas separações de obreiros e de líderes, para as mais diversas atividades na igreja. Quem "diz" agora, em muitos casos, não é mais o Espírito, mas as circunstâncias ou os interesses pessoais. A voz do Espírito está sendo sufocada, negligenciada e calada. A razão? Muitos dos que hoje são diáconos, presbíteros, evangelistas, pastores ou que exercem outras funções ou ministérios na igreja, nunca foram chamados e comissionados pelo Espírito, pois são escolhas de homens, feitas pelas mais diversas razões e interesses. Quem não é chamado pelo Espírito não servirá, não produzirá e não realizará a obra que apenas os vocacionados e capacitados por Ele podem realizar (Lc 4:18; At 10:38; 20:28, etc).

- Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado

No grego, a expressão "separai-me" (aforisate de moi), literalmente "separai para mim", nos revela que a separação para a obra missionária, ou para qualquer outro ministério e serviço é uma separação "para" o Espírito, ou seja, o separado está agora sob o cuidado, orientação e à inteira e plena disposição do Espírito (At 16:6-10; 20:22-24 e etc). Como é bom quando temos a convicção de que foi o Espírito quem nos enviou ou nos comissionou para realizarmos a sua obra(At 13:4).

PAULO E BARNABÉ NÃO BUSCAM E NEM ACEITAM A GLÓRIA HUMANA

"Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e andava. Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram em língua licaônica, dizendo: Os deuses, em forma de homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Júpiter, e a Paulo, Mercúrio, porque era este o principal portador da palavra. O sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para junto das portas touros e grinaldas, queria sacrificar juntamente com as multidões. Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando: Senhores, por que fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos, e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles; o qual, nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando-vos do céu chuvas e estações frutíferas, enchendo o vosso coração de fartura e de alegria. Dizendo isto, foi ainda com dificuldade que impediram as multidões de lhes oferecerem sacrifícios." (At 14.8-18)

Assim como nos dias de Paulo, multidões diariamente desejam "sacrificar" aos pregadores da atualidade. A mentalidade idólatra é a mesma. O pior é que muitos aceitam e promovem o sacrifício a si mesmos. Em vez de impedir as multidões, incentivam as mesmas. Quanto mais idolatrados, mas gostam, mas querem, mais desejam.
Em plena sociedade do espetáculo, influenciados por uma cultura narcísica, muitos pregadores buscam ansiosamente pela glória do púlpito, pela fama, pela glória humana.
Os referenciais bíblicos são mais uma vez necessários, para que toda uma geração de novos pregadores possa retornar à palavra, tendo-a como modelo e referência para o ministério da pregação.
Observemos também o exemplo de Pedro:
"No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava esperando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a entrar, lhe saiu Cornélio ao encontro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Ergue-te, que eu também sou homem." (At 10.24-26)

Pedro, o primeiro a pregar após o derramar do Espírito em Pentecostes, com um ministério marcado por curas e libertações, ao ser recebido pelo centurião Cornélio, foi adorado pelo mesmo, mas não alimentou tal atitude, pelo contrário, ordenou que se levantasse, pois era homem tanto quanto ele, falho imperfeito e limitado. Pedro entendia que era a graça de Jesus que operava por sua vida. Hoje, ao contrário de Pedro e Paulo, muitos pregadores buscam adoradores para si mesmos.
Que os pregadores, missionários, pastores e demais líderes da atualidade possam aprender com os grandes exemplos de Pedro e Paulo.

A RUPTURA COM BARNABÉ

"Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, fortalecendo as igrejas." (Atos 15. 36-41)

Isso mesmo, Paulo e Barnabé se desentenderam e se separaram. Até homens de Deus se desentendem e se separam. Cada um seguiu o seu caminho. Qual dos dois foi o rebelde? Qual dos dois deixou de ser abençoado por Deus em razão da "divisão"? Qual dos dois era o menos espiritual?

Estou aqui fazendo apologia a qualquer tipo de desentendimento ou divisão? Deus me guarde disso! Sei que há na igreja milhares de divisões promovidas e mantidas por Satanás e seus demônios. Há ainda outras divisões, resultado do desejo cego de alguns homens pelo poder ou para tirar alguma vantagem pessoal da situação.

Há também divisões causadas e mantidas por uma vida de baixa moral e de péssimo testemunho por parte daqueles que fazem o "ministério" ou a "liderança". Há muitas igrejas que surgiram da ganância, da opressão e da arrogância de líderes inchados, sectários, pretensiosos, vaidosos e pedantes, que não respeitam o próximo, não sabem conviver com diferenças de opiniões, que não conversam e discutem, que tentam impor a força os seus caprichos ou pontos de vistas. A postura desses líderes, não apenas gera divisão, mas fomenta, alimenta e perpetua as já existentes.

A Bíblia nos recomenda: "se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;" (Rm 12.18)

EM DIREÇÃO À...

Um outro fato notório nos dias atuais é a abertura de alguns trabalhos, por certos líderes que afirmam estar na direção do Espírito. É vergonhoso o qua acontece no Brasil, quando igrejas são abertas com o claro interesse de se ganhar dinheiro ou por mera competição. Todos os dias, inclusive noticiado em plena televisão, os "donos" de algumas igrejas anunciam que estão abrindo novos trabalhos para "abençoar o povo de Deus" e "ganhar almas para Jesus".

Minha pergunta é bem direta: Por qual razão tais ministérios e líderes só abrem trabalhos nas principais cidades do país, nos melhores bairros e avenidas? Por quais motivos não abrem os trabalhos nas regiões economicamente carentes, geograficamente distantes e missionariamente esquecidas? A resposta é que buscam visibilidade. Estão a procura de grandes e lucrativos "negócios". Isso mesmo, igreja, para muitos já virou negócio faz tempo e são abertas como se abre uma loja ou um comércio qualquer. Tudo é pensado "estrategicamente". A visão não é a do Espírito, é a empresarial. É bem provável que você já tenha sido convidado para congregar ou contribuir financeiramente na qualidade de "sócio" de um destes ministérios e líderes.

Antigamente, nas Assembleias de Deus no Brasil, o trabalho se iniciava em localidades onde não havia ainda igrejas ou crentes, geralmente na casa de algum irmão. Hoje, nas Assembleias de Deus, o trabalho é aberto em lugares onde já há muitos crentes, onde já existe uma igreja estabelecida, bem organizada e atuante. Uma Assembleia de Deus é aberta ao lado ou bem próxima de outra.

Grandes templos são construídos, por pura vaidade, competição ou para dar "o troco". Os templos monumentais voltaram a ser símbolos do poder de quem os constrói, monumentos erguidos à memória de seus edificadores:

"Disseram: Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra." (Gn 11.4)

"Ora, Absalão, quando ainda vivia, levantara para si uma coluna, que está no vale do Rei, porque dizia: Filho nenhum tenho para conservar a memória do meu nome; e deu o seu próprio nome à coluna; pelo que até hoje se chama o Monumento de Absalão." (2 Sm 18.18)

"falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?" (Dn 4.30)

Precisamos de grandes espaços? Em alguns casos sim. Quanto isso acontecer, a construção não deve abusar do luxo.

Enquanto por aqui (nos grandes centros urbanos) dinheiro, energia e tempo são jogados no lixo pelo orgulho e vaidade humana, milhões no mundo não foram ainda alcançados pela obra missionária. Não ouviram a mensagem do Evangelho.

Que a direção do Espírito seja retomada por todos nós e urgentemente.

Que os princípios bíblicos voltem a orientar o nosso modelo de fazer missões.

Que o exemplo de abnegação, coragem, fé e poder de Paulo e Barnabé estejam presentes na vida de cada missionário.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O PRIMEIRO CONCÍLIO DA IGREJA DE CRISTO. Subsídio para 11ª Lição Bíblica - 1º Trimestre/2011

Lição 11 - 1º Trimestre de 2011
Texto Bíblico: Atos 15.6-12
Texto Áureo: Atos 15.28, 29

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O QUE É UM CONCÍLIO?

quarta-feira, 9 de março de 2011

Precisa-se de mudança!


Desde quando o mundo é mundo, as pessoas procuram formas de se alegrar e de compartilhar momentos de felicidade. Mas a fórmula para a felicidade não está em orgias e bacanais que levam a cultura a um estado deplorável, logo, o Carnaval, festa pagã que move milhares de pessoas alienadas, que usam estes 4 dias para alimentar vícios químicos e sexuais, e após fazerem tudo o que planejaram por muito tempo, voltam à igreja para se arrepender de tudo o que cometeram e irão cometer deve ser eliminada.

A cada ano, centenas de pessoas contraem AIDS, Sífilis, Herpes, dentre outras doenças devido ao liberalismo sexual que refaz Sodomas e Gomorras no Brasil. O Carnaval cria valores hostis aos valores sociais e ao senso comum. Vidas se perdem, sonhos se desfazem. A “festa da alegria” destrói vidas, sonhos, famílias, valores, moral, conduta e ainda cria estereótipos sobre o Brasil. O Brasil não é a terra da tecnologia, o Brasil não é a terra da educação. O Brasil é a terra do Carnaval.

Muitas pessoas defendem avidamente o investimento na educação e na saúde, mas investem quantias absurdas de dinheiro em fantasias, em carros alegóricos, em bebida, em drogas, enquanto milhares de crianças vendem chiclete no trânsito, enquanto pessoas morrem em hospitais, enquanto pessoas morrem de fome. As mudanças não ocorrem sozinhas. São necessárias mãos para construir um futuro, uma sociedade sólida e sem desigualdades.

Portanto, deve-se haver uma mudança no conceito de expressão cultural. Valores deturpados não criam igualdade nem alegria, pois a verdadeira alegria é aquela duradoura e não uma que dura 4 dias. A alegria está no sorriso de uma criança com sua fome saciada. Esta festa não é alegria, pois alegria faz com que as pessoas evoluam, não regridam.

Amanda Tabosa Barros

sexta-feira, 4 de março de 2011

O EVANGELHO PROPAGA-SE ENTRE OS GENTIOS. Subsídio para 10ª Lição Bíblica da CPAD - 1º Trimestre/2011

No Antigo Testamento o termo "gentio" origina-se do hebraico goyim, que significa "nações" ou "estrangeiros". Encontramos esse termo em passagens como: Gn 10:5; Jz 4:3; Is 11:10; Jr 4:7; Lm 2:9; Ez 4:13; Os 8:8, etc.

No Novo Testamento, os substantivos gregos ethnos e hellen são traduzidos por "gentios":

- ethnos: esse termo transmite a ideia de "multidão de pessoas da mesma natureza ou gênero; nação, povo". Conforme Vine (2003, p. 673), é utilizado no singular, acerca dos judeus, quando então é traduzido por "nação" (Lc 7:5; 23:2; Jo 11:48, 50-52); no plural, acerca de nações não judaicas (Mt 4:15; Rm 3:29; 11:11; 15:10; Gl 2:8); circunstanciamente, é empregado também para ser referir aos convertidos gentios em distinção dos judeus (Rm 11:13; 16:4; Gl 2:12, 14; Ef 3:1);

- hellen: originalmente foi utilizado acerca dos primeiros descendentes da Heliéia Tessália; mais tarde passou a indicar os gregos em oposição aos bárbaros (Rm 1:14). É usado também em relação aos gentios que falavam o idioma grego (Gl 2:3; 3:28).

ASPECTOS DO PLANO DE DEUS PARA OS GENTIOS REVELADO NO ANTIGO TESTAMENTO

A palavra "gentios" ou "nações", foi primeiramente aplicada sem distinção para as divisões entre os descendentes de Sem, Cam e Jafé (Gn 10:5, 20, 31).

Com a contínua corrupção e arrogância das nações (Gn 11:1-9), mesmo após a disciplina através do dilúvio, fez com que o Senhor escolhesse Abraão, para através de um grandioso e maravilhoso plano dar às nações uma nova oportunidade de serem alcançadas com o seu amor, sua graça e perdão:

Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção! Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra. (Gn 12.1-3)

Como bem escreveu Pate (1987, p. 8), a promessa de Deus a Abraão deu início a um novo capítulo na história da humanidade. Deus manteve o seu plano para a redenção dos indivíduos e das nações, apenas mudando de método. Ele se identificaria de maneira especial com o povo de uma nação específica (Israel), promovendo o crescimento desse povo e nação, determinando o seus sistema social e político, fazendo-os prosperar e livrando-os dos seus inimigos:

A promessa feita a Abraão: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra", é uma referência direta à vinda de Cristo, o Messias. Jesus Cristo, Filho de Davi, filho de Abraão, é o único por meio de quem todas as nações da terra podem ser abençoadas. De modo que, mesmo ao escolher a nação de Israel, Deus estava decidido a alcançar, levantar, elevar e redimir todos os povos da terra. (ibidem)

Bosch (2002, p. 37), interpreta os fatos acima citados, afirmando que:

[...] à medida que a compaixão de Javé se estende a Israel e além dele, torna-se gradativamente claro que, em última análise, Deus está tão preocupado com as nações quanto Israel. Com base em sua fé, Israel pode tirar duas conclusões fundamentais: visto que o Deus verdadeiro se deu a conhecer a Israel, ele só pode ser encontrado em Israel; e visto que o Deus de Israel é o único Deus verdadeiro, ele é também o Deus do mundo inteiro. A primeira conclusão enfatiza o isolamento e a exclusão do resto da humanidade; a segunda sugere uma abertura básica e a possibilidade de dirigir-se às nações (cf. Labuschagne, 1975, p. 9).

Ainda segundo Bosch (ibidem), no Antigo Testamento alguns aspectos positivos e escatológicos do plano de Deus para as nações podem ser vislumbrados. São eles:

- A espera e confiança das nações no Senhor (Is 51:5);
- A glória do Senhor será revelada a todas as nações (Is 40:5);
- Todas as extremidades da terra são conclamadas a olha para o Senhor e ser salvas (Is 45:22);
- Seu Servo será luz para os gentios (Is 42:6; 49:6);
- Uma estrada é construída do Egito e da Assíria até Jerusalém (Is 19:23);
- As nações encorajam umas e outras a subir a montanha do Senhor (Is 2:5) e levam presentes valiosos consigo (Is 8:7);
- O Egito será abençoado como povo de Deus, a Assíria como obra de suas mãos e Israel como a sua herança (Is 19:25);
- A expressão visível dessa reconciliação global será a celebração do banquete messiânico no monte de Deus, onde as nações contemplarão Deus com a face descoberta e a morte será tragada para sempre (Is 25:6-8).

Na medida que passamos do Antigo para o Novo Testamento, o plano de Deus para a salvação dos gentios fica mais claro e evidente.

ASPECTOS DO PLANO DE DEUS PARA OS GENTIOS REVELADO NO NOVO TESTAMENTO

No Evangelho de Mateus, mas do que em qualquer outro, as atividades de Jesus entre os gentios é enfatizada (HAHN, 1965, p. 103-11 apud BOSCH, 2002, p. 85). Num primeiro momento, os relatos parecem enfatizar o ministério de Jesus para com "as ovelhas perdidas da casa de Israel":

A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel; (Mt 10:5-6)

Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. (Mt 15.21-26)

Nesse contexto, não há indícios de uma iniciativa missionária intencional de Jesus em relação aos gentios (BOSCH, ibdem, p. 87).

Acontece, que à medida que Mateus avança em sua narrativa, passa a relatar a participação dos gentios na vida e ministério de Jesus, e isso de forma significativa, ao citar as quatro mulheres não-israelitas em sua genealogia (cap. 1); a visita dos magos (2:1-12); no episódio que envolve o centurião de Cafarnaum declara a participação dos gentios à mesa no reino (8:5-13); no caso da mulher cananéia não omite o elogio que o Senhor lhe faz e a resposta ao seu pedido (15: 21-28) e a reação do centurião romano diante da crucificação (M7 27.54).

Mateus também trata de forma aberta sobre a pregação do Evangelho a todas as nações e povos (gr. panta ta ethne):

E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim. (Mt 24:14)

Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (Mt 28:19)

É após a sua morte e ressurreição, que a comissão de pregar Evangelho com ousadia e sem reservas é dada claramente. No Evangelho de Marcos isso também é factual:

E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. (Mc 16:15)

Marcos também destaca a sua visita à província dos gadarenos, e a maneira como libertou um homem possuído por espírito imundo, que se tornou uma testemunha do seu poder em Decápolis (Mc 5:1-20).

No Evangelho de Lucas a missão ao gentios está implícita no episódio de Nazaré (ibdem, p. 118):

E prosseguiu: De fato, vos afirmo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra; e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viúva de Sarepta de Sidom. Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro. Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. E, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, o precipitarem abaixo. Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se. (Lc 4.24-30)

Jesus, comunicou entre outras coisas, que Deus não era apenas o Deus de Israel, mas também, e de igual modo, o Deus dos gentios (ibdem). Na "Grande Comissão" de Lucas, que na realidade é apresentada em forma de um fato e promessa, e não de mandamento, a pregação a todas as nações é também citada:

[...] e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. (Lc 24:46-47)

Em Atos dos Apóstolos a missão aos gentios é novamente citada por Lucas, seguida dos episódios que desencadeiam de uma vez por todas a inclusão da mesma na "agenda" missionária:

[...] mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. (At 1:8)

Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e engrandecendo a Deus. Então, perguntou Pedro: Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? (At 10:44-47)

Alguns deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor. (Atos 11:20-21)

Mas os judeus, vendo as multidões, tomaram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava. Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. (At 13:45-46)

À noite, sobreveio a Paulo uma visão na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Assim que teve a visão, imediatamente, procuramos partir para aquele destino, concluindo que Deus nos havia chamado para lhes anunciar o evangelho. (At 16:9-10)

Durou isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que ouvissem a palavra do Senhor,todos os habitantes da Ásia tanto judeus como gregos. (At 19:10)

[...] jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus [Cristo]. (At 20:20-21)

Nas epístolas, a mesma ênfase é dada, como por exemplo nos textos abaixo:

Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios. (Rm 1:13)

Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos. [...] Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (Gl 3:8, 28)

No livro de Apocalipse (5:8-10), os gentios são contemplados no cântico dos quatro seres viventes e dos vinte e quatro anciãos:

e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.

Estão presentes entre aqueles que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do cordeiro:

Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; [...] Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima. (Ap 7:9, 14-17)

Diante de tudo isso, como bem escreveu Pate (ibdem, p. 7), o amor de Deus não se limita a uma raça, nação ou grupo cultural. Ele ama todos os povos. O amor de Deus ultrapassa todas as fronteiras, quer sejam geopolíticas, culturais, raciais ou linguísticas.

É fundamentada neste amor de Deus, manifesto a todos os povos, que a igreja inteira deve levar o evangelho inteiro para o mundo inteiro (BOSCH, ibdem, p. 28).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bíblia de Estudo Almeida. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2006.

BOSCH, David J. Missão transformadora: mudanças de paradgma na teologia da missão. São Leopoldo-RS: Sinodal, 2002.

CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 5. ed. São Paulo: Hagnos, 2001.

PATE, Larry D. Missiologia: a missão transcultural da igreja. Miami, Flórida: Vida, 1987.

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR, William. Dicionário VINE: o significado exegético e expositivos das palavras do Antigo e Novo Testamento. Trad. Luís Aron de Macedo. 2. ed. Rio de Janeiro, 2003.