Miss. Rodrygo Gonçalves

Vejam, o Senhor, o seu Deus, põe diante de vocês esta terra. Entrem na terra e tomem posse dela, conforme o Senhor, o Deus dos seus antepassados, lhes disse. Não tenham medo nem desanimem. Dt 1:21

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Líder como medo de Competição

O temor incontido de perder a vaga ou o prestígio tem levado à ruína muitas pessoas que ocupam cargos de liderança e outros tantos maior de gente que estão sendo liderada. Nem a liderança evangélica está imune a tamanho perigo. Quem não sabe reconhecer suas próprias limitações e tentar supera-las pode se tornar um “assassino de talentos”, alguém que procura destruir todos quantos estão à sua frente em termos de talentos, habilidade, competência. E um líder desconfiado e inseguro, mesmo dentro da igreja, pode ser uma desgraça para o grupo.

Qualquer pessoa que aspira exercer alguma função de liderança numa igreja séria precisa entender, desde cedo, que na comunidade de fé que está sobe sua liderança, pode ter alguém que prega, ora, canta, ensina, toca, administra melhor. E isso não necessariamente ruim. Pode ser uma benção a igreja, basta que o líder o veja não como rival, mas como um parceiro na manutenção e expansão do Reino de Deus! (1 Co 1. 10-12; 3. 1-9).

Outra lição a ser aprendida é que ninguém fica para sempre. Por melhor que seja o líder, cedo ou tarde alguém vai assumir o seu lugar! Seja por “livre iniciativa”, seja por outras razões.

Sábio era Moises que soube reconhecer quando já era o tempo de “passar a tocha”, de transferir a missão para outro homem de Deus (Dt 31.1-8); ele disse: “já não posso mais sair e entrar” (v. 1). Saiba, então, identificar a hora exata de entra na arena e a de sair; reconheça que o bom combate chegou ao fim e a fé foi preservada.

Saul é exemplo do líder que, mesmo rejeitado, procurou manter o trono a qualquer preço. É o protótipo de líder que teme a competição e faz de tudo para assegurar seu lugar. Ele sabia que Deus o havia rejeitado e que Davi, embora jovem e inexperiente, seria o novo líder de Israel; seu tempo havia terminado naquela função.

Saul, porém, jamais quis se afastar da “cadeira real”. Queria ser líder e não liderado, rei e não súdito, por isso, ao invés de preparar seu substituto, preferiu matá-lo. Sua atitude insana quase tirou de Israel a chance de ser liderado pelo melhor e maior de todos os monarcas do Antigo Testamento!

Até os apóstolos foram vítimas desse mal. Dominados pela inveja tentaram barrar o ministério de libertação se um anônimo que expulsava demônios; viram-no como rival, um competidor, não como um aliado; já que não fazia parte da elite apostólica deveria parar. Jesus refutou, com termos rígidos, tal atitude (Mc 9. 38-41).

Pr. Rodrygo Gonçalves
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·         CHAGAS, José Roberto O. Curso de capacitação Teológica. Editora Kenosis, 2011
·         MARTINS, Luiz A. Socorro! Preciso de motivação. São Paulo: Harbra, 1995.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Síndrome do “EU”


A autolatria, ou a síndrome de Lúcifer, também tem devastado o ministério de milhões de líderes. Esta é uma das piores doenças que está infectando a liderança evangélica.

Não se pode negar que há líder que só sabe dizer o tempo todo: “Eu sou”, “eu penso”, “eu faço”, “eu desejo”, “eu determino”, “eu”, “eu”, “eu”... Jesus Cristo dificilmente aparece; o “eu”, contudo, está sempre em evidência.

Esta não foi uma das causas da queda de Lúcifer? Ele caiu por: 1) falta de autocontrole, de domínio próprio: “Elevou-se o teu coração” (Ez 28.17); 2) autodivinização e valorização demasiada de suas qualidades: “(...) por causa da tua formosura” (v. 17); 3) arrogância insana: “Eu sou Deus” (28. 2); 4) motivação e plano errado: “(...) sobre a cadeira de Deus me assento” (28. 2); “(...) Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono (...) serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14. 13,14); 5) desvirtuamento de sua potencialidade: “corrompeste a tua sabedoria” (Ez 28. 17); 6) traição: espalhou a discórdia no céu: “(...) levou após si a terça parte das estrelas” (Ap 12. 4).

O líder cristão, se não quiser ter o mesmo fim de Lúcifer, deve reconhecer que o termo monos importante no grupo é o “eu”. Precisa aprender a ser humilde e empregar o termo “nos”! Não é a individualidade que faz diferença; não é o singular; é o plural, é o coletivo, é o todo, é a equipe, é o “nós”! O “eu” só é bem-vindo na confissão de João batista: “convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3. 30).
Pr. Rodrygo Gonçalves
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D’ARAUJO FILHO, Caio Fábio. Síndrome de Lúcifer. Belo Horizonte: Betânia, 1988.