Miss. Rodrygo Gonçalves

Vejam, o Senhor, o seu Deus, põe diante de vocês esta terra. Entrem na terra e tomem posse dela, conforme o Senhor, o Deus dos seus antepassados, lhes disse. Não tenham medo nem desanimem. Dt 1:21

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Comunicado:
Este blog não receberá mais postagens, mas você pode ver outras postagens referente ao que você lia aqui no endereço: rodrygogonçalves.blogspot.com

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Líder como medo de Competição

O temor incontido de perder a vaga ou o prestígio tem levado à ruína muitas pessoas que ocupam cargos de liderança e outros tantos maior de gente que estão sendo liderada. Nem a liderança evangélica está imune a tamanho perigo. Quem não sabe reconhecer suas próprias limitações e tentar supera-las pode se tornar um “assassino de talentos”, alguém que procura destruir todos quantos estão à sua frente em termos de talentos, habilidade, competência. E um líder desconfiado e inseguro, mesmo dentro da igreja, pode ser uma desgraça para o grupo.

Qualquer pessoa que aspira exercer alguma função de liderança numa igreja séria precisa entender, desde cedo, que na comunidade de fé que está sobe sua liderança, pode ter alguém que prega, ora, canta, ensina, toca, administra melhor. E isso não necessariamente ruim. Pode ser uma benção a igreja, basta que o líder o veja não como rival, mas como um parceiro na manutenção e expansão do Reino de Deus! (1 Co 1. 10-12; 3. 1-9).

Outra lição a ser aprendida é que ninguém fica para sempre. Por melhor que seja o líder, cedo ou tarde alguém vai assumir o seu lugar! Seja por “livre iniciativa”, seja por outras razões.

Sábio era Moises que soube reconhecer quando já era o tempo de “passar a tocha”, de transferir a missão para outro homem de Deus (Dt 31.1-8); ele disse: “já não posso mais sair e entrar” (v. 1). Saiba, então, identificar a hora exata de entra na arena e a de sair; reconheça que o bom combate chegou ao fim e a fé foi preservada.

Saul é exemplo do líder que, mesmo rejeitado, procurou manter o trono a qualquer preço. É o protótipo de líder que teme a competição e faz de tudo para assegurar seu lugar. Ele sabia que Deus o havia rejeitado e que Davi, embora jovem e inexperiente, seria o novo líder de Israel; seu tempo havia terminado naquela função.

Saul, porém, jamais quis se afastar da “cadeira real”. Queria ser líder e não liderado, rei e não súdito, por isso, ao invés de preparar seu substituto, preferiu matá-lo. Sua atitude insana quase tirou de Israel a chance de ser liderado pelo melhor e maior de todos os monarcas do Antigo Testamento!

Até os apóstolos foram vítimas desse mal. Dominados pela inveja tentaram barrar o ministério de libertação se um anônimo que expulsava demônios; viram-no como rival, um competidor, não como um aliado; já que não fazia parte da elite apostólica deveria parar. Jesus refutou, com termos rígidos, tal atitude (Mc 9. 38-41).

Pr. Rodrygo Gonçalves
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·         CHAGAS, José Roberto O. Curso de capacitação Teológica. Editora Kenosis, 2011
·         MARTINS, Luiz A. Socorro! Preciso de motivação. São Paulo: Harbra, 1995.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Síndrome do “EU”


A autolatria, ou a síndrome de Lúcifer, também tem devastado o ministério de milhões de líderes. Esta é uma das piores doenças que está infectando a liderança evangélica.

Não se pode negar que há líder que só sabe dizer o tempo todo: “Eu sou”, “eu penso”, “eu faço”, “eu desejo”, “eu determino”, “eu”, “eu”, “eu”... Jesus Cristo dificilmente aparece; o “eu”, contudo, está sempre em evidência.

Esta não foi uma das causas da queda de Lúcifer? Ele caiu por: 1) falta de autocontrole, de domínio próprio: “Elevou-se o teu coração” (Ez 28.17); 2) autodivinização e valorização demasiada de suas qualidades: “(...) por causa da tua formosura” (v. 17); 3) arrogância insana: “Eu sou Deus” (28. 2); 4) motivação e plano errado: “(...) sobre a cadeira de Deus me assento” (28. 2); “(...) Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono (...) serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14. 13,14); 5) desvirtuamento de sua potencialidade: “corrompeste a tua sabedoria” (Ez 28. 17); 6) traição: espalhou a discórdia no céu: “(...) levou após si a terça parte das estrelas” (Ap 12. 4).

O líder cristão, se não quiser ter o mesmo fim de Lúcifer, deve reconhecer que o termo monos importante no grupo é o “eu”. Precisa aprender a ser humilde e empregar o termo “nos”! Não é a individualidade que faz diferença; não é o singular; é o plural, é o coletivo, é o todo, é a equipe, é o “nós”! O “eu” só é bem-vindo na confissão de João batista: “convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3. 30).
Pr. Rodrygo Gonçalves
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D’ARAUJO FILHO, Caio Fábio. Síndrome de Lúcifer. Belo Horizonte: Betânia, 1988.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Como Interpretar e praticar a Bíblia Corretamente?


Parte da Igreja Evangélica não estuda a Bíblia como deveria. Por quê? As razões são varias. Rick Warren aponta pelo menos três:

Ø 1. As pessoas não sabem como estudar.
Ø 2. Elas não são motivadas.
Ø 3. Elas são preguiçosas – estudar a Bíblia é trabalho árduo, e não há atalho; é como qualquer outra coisa na vida que valha a pena! E, como a inconstância é uma das características de muitos brasileiros, o estudo da Bíblia fica para depois ou é realizado por razões e meios errados.

Como então estudar corretamente a Bíblia? Henrichsen sugere 4 partes vitais. Confira:
Ø Observação – que responde a pergunta: “Que Vejo”? Aqui o estudante da Bíblia aborda o texto como um detetive. Nenhum pormenor é sem importância; nenhuma pedra fica sem ser virada. Cada observação é cuidadosamente arrolada para consideração e comparações posteriores.

Ø Interpretação – que responde à pergunta: “Que significa?” Aqui o intérprete bombardeia o texto com perguntas como: “Que significa estes pormenores para as pessoas às quais foram dados?” (Por que o texto diz isto) “Qual é a principal ideia que ele está procurando comunicar?”.

Ø Correlação – que responde a pergunta: “Como isto se relaciona com o restante daquilo que a bíblia diz?” O Estudante da Bíblia deve fazer mais do que examinar somente passagens individuais. Deve coordenar o seu estudo como tudo mais que a Bíblia diz sobre o assunto. A precisa compreensão da Bíblia sobre qualquer assunto leva em conta tudo que a Bíblia diz sobre o assunto.

Ø Aplicação – que responde à pergunta: “Que significa para mim?” Esta é a meta dos outros três passos. Um especialista nessa área disse-o sucintamente: “Observação e interpretação sem aplicação é aborto” (...) A Bíblia é Deus falando. Sua Palavra exige resposta. Essa resposta tem de ser nada menos do que a obediência à vontade de Deus revelada.

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WARRER, Rick. 12 maneiras de estudar a Bíblia sozinho. São Paulo: Vida, 2003, pp. 12.
HENRICHSEN, Walter. A. Princípios de interpretação da Bíblia. São Paulo: Mundo Cristão, 1997, pp. 8, 9.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sedução da Religião de Mercado


O pós-modernismo, o secularismo, o relativismo, e o pluralismo representam perigos tanto à propagação quanto à vivência autêntica da Palavra de Deus nesses dias turbulentos. Logo, a preocupação com as questões internas das próprias igrejas evangélicas não devem ser menor, muito menos desprezadas, como se não tivesse importância alguma.
É muito fácil relacionar vasta quantidade de ameaça interna que rondam a Igreja no Brasil. Os pressupostos dos referidos movimentos podem ser vistos em livros cristãos, jornais, revistas, programas de radio e televisão, etc., e o que é pior, no padrão de vida dos fiéis.
A própria igreja, em vários aspectos, tem seguido os pressupostos da sociedade pós-moderna. A pluralização, isto é, a expressão da liberdade de opção das pessoas frente à ilimitada oferta de produtos e ideias, faz cada vez mais adeptos entre o povo de Deus.
A privatização também tem galgado seu espaço, haja vista que preconiza que a criatura humana é livre para fazer o que bem entende. Outro perigo envolvendo a interpretação e aplicação bíblica é a sedução das cifras. E a mesma, de alguma forma, está ligada ao pluralismo.
O numericismo megalomaníaco parece ter se tornado uma prova cabal para legitimas o êxito da liderança e da igreja. Vale tudo para ter cifras: transforma culto em show, igreja em empresa, crente em cliente, sacerdócio em negócio, vocação em profissão, VERBO em verba, caráter em carisma... Não é sem motivo que Eugene Peterson em seu livro “Um pastor segundo o coração de Deus” compara muitos pastores a meros gerentes de lojas!
De fato, o vergonhoso mercado religioso do sensacionalismo, do imediatismo e consumo da fé tem ditado nossos conteúdos, redesenhado nossas motivações e metodologias e adulterado nossa pregação afastado-a da Palavra. O clima de competição/concorrência nas instituições eclesiásticas, diz o Dr. Zabatiero, favorece a mudança de motivação religiosa do povo.
Pr. Rodrygo Gonçalves
o   Chagas, José Roberto O. Curso de capacitação Teológica. Editora Kenosis, 2011
o   Souza, Luís Wésley. “Uma igreja sem o propósito da pureza e da santidade”. In: BARROS, Jorge H., op. Cit., p. 94.
o   Zabatiero, Júlio P. T “Novos desafios da leitura bíblica contemporânea”. In: Kohl, M.W & Barros, A. C, (orgs). Ministério pastoral trans formador. Londrina: Descoberta, 2006, p. 13.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Pará é o pior Estado em crimes de pedofilia, aponta CPI.


De 2004 a 2008, 688 menores de cinco anos de idade sofreram abusos no Estado.

Estado com alta incidência de crimes sexuais contra crianças e adolescentes, o Pará foi objeto de atenção especial da CPI da Pedofilia. Em visitas à região, os parlamentares colheram dados sobre pedofilia, e elaboraram recomendações ao governo paraense para combater melhor os crimes.
De acordo com estatísticas divulgadas pelo relatório final da comissão, os crimes de pedofilia estão disseminados por todos os 143 municípios paraenses. De 2004 a 2008, foram registrados 3.558 casos, dos quais 688 deles ocorreram com crianças com menos de cinco anos de idade. Em Belém, que teve 1.720 crianças vítimas desse tipo de crime, a impunidade é um problema grave – em 2008, apenas 9,5% dos casos geraram algum procedimento judicial.
De acordo com o presidente da CPI, o senador Magno Malta (PR-ES), entre os motivos da impunidade estão a conivência de autoridades, que fazem vista grossa para o crime, e o fato de que o abuso é considerado “normal”, por parte da população.
- Constatamos muitas autoridades envolvidas com abuso de crianças. É um dos Estados em que as pessoas acham que é natural abusar de crianças. (...). Por conta da navegação, crianças ribeirinhas são oferecidas pelas próprias famílias e por cafetões, sobem aos barcos para serem abusadas e voltam com um saco de sal, de arroz.
Entre os pedidos ao governo paraense estão o fortalecimento das polícias do Estado, a realização de estudos para medir o problema e a cooperação com secretarias municipais do interior para atender às vítimas, de modo que elas não tenham que se deslocar a Belém.

Entre as denúncias mais graves no Estado, está o caso do ex-deputado estadual Luiz Afonso Sefer, acusado de submeter uma criança de nove anos de idade a diversos abusos sexuais. A criança, hoje num programa de proteção a vítimas, disse que foi levada de uma cidade do interior paraense para a casa do deputado, onde ela afirma ter sido estuprada várias vezes. Condenado a 21 anos de prisão, Sefer negou os abusos em depoimento.

A CPI da Pedofilia aprovou nesta quinta-feira (16) o relatório final, com recomendações e pedidos de providências a diversas autoridades brasileiras para intensificar o combate a crimes sexuais contra crianças e adolescentes. O relatório do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foi aprovado por unanimidade em votação simbólica.
A comissão não pediu indiciamentos, pois, de acordo com Malta (PR-ES), durante o andamento da CPI já foi feito trabalho em conjunto com autoridades policiais que levou a prisões e confissões de criminosos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cartilha Reinista pelo Voto Consciente


Cidadania celestial e cidadania terrena não são necessariamente excludentes. Como cristãos comprometidos com o futuro da humanidade, precisamos encarnar os valores e princípios do reino de Deus e expressá-los através de nossa conduta no processo político/eleitoral. 

Movido exclusivamente por este interesse, resolvemos assumir a responsabilidade pela produção de uma pequena cartilha para os cristãos. Chamamo-la de Cartilha Reinista pelo Voto Consciente, pois não está vinculada a qualquer denominação, e sim aos ideais do Reino de Deus e a sua justiça.

Não Brinque com o futuro, Vote com seriedade.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Excelência (Caráter Aprovado)


“ENTÃO O MESMO DANIEL SOBREPUJOU A ESTES PRESIDENTES E PRÍNCIPES; PORQUE NELE HAVIA UM ESPÍRITO EXCELENTE; E O REI PENSAVA CONSTITUÍ-LO SOBRE TODO O REINO” (DANIEL 6:3)
Nosso sucesso ou fracasso é proporcional à capacidade de tomar decisões. E este é um problema crônico na vida de muitíssimos cristãos: eles não desenvolvem, pelo espírito, a capacidade de tomar decisões e andar nelas. Em situações negativas como a de Daniel, muitos preferem se adequar ao contexto.
A partir da tomada de decisão de Daniel, de não se contaminar e andar nessa decisão, pagando o preço necessário para isso, Deus gerou naquele jovem um espírito de excelência.
E em toda a matéria de sabedoria e de discernimento, sobre o que o rei lhes perguntou, os achou dez vezes mais doutor do que todos os magos astrólogos que havia em todo o seu reino” (Daniel 1:20).
Há em teu reino um homem, no qual há o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei nabucodonosor, sim, teu pai, o rei, o constituiu mestre dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores” (Daniel 5:11)
Excelência não é uma qualidade relacionada a ser ou ter. Naquele contexto, Daniel não tinha nem se quer identidade, pois seu nome foi trocado (para Beltessazar, um nome babilônico). Mas a excelência é uma capacidade gerada pelo Espírito Santo em nosso espírito, que é dada para fazer cumprir O PROPÓSITO para o qual Deus nos destinou.
Assim como Daniel, Deus quer que sejamos excelentes, aptos a resolver coisas difíceis do seu reino. A excelência é algo dado por Deus e através dela é possível marcar gerações. Daniel mesmo estando cativo, deixou marcas na história, durante três gerações.
“Então o mesmo Daniel sobrepujou a estes presidentes e príncipes; porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava constituí-lo sobre todo o reino” (Daniel 6:3)
Ele, automaticamente prosperou por conta desse espírito excelente. Isso não está condicionado às circunstâncias. Daniel era um eunuco (castrado), com sonhos que haviam sido interrompidos – não podia ter uma família gerando uma descendência, que era o maior projeto de um homem. Quando nossa alma entender isso, Deus poderá gerar em nos um espírito de excelência.
E agora, eu pergunto: - você quer em excelência? Quer manifestar este aspecto do caráter de Deus, que é a excelência no seu caráter.
Se sua resposta é sim, vou compartilhar alguns pontos que podem lhe ajudar a chegar á excelência:
1.  Disposição do coração, pois é uma obra do Espírito – Disponha seu coração a andar em excelência, determine que você quer este caminho.

2.   Oração – Comece a orar intensamente por isso, clame a Deus, pois é uma obra do Espírito Santo em você.

3.   Relacionamento com a Palavra – Quanto mais você estuda e medita na palavra, mais você terá uma mente lúcida e apta a receber os segredos de Deus.

4.  Disposição para adquirir conhecimento – Você precisa decidir que quer aprender coisas. Qual foi a ultimas vez que você estudou alguma coisa? Que aprendeu a usar um novo programa no computador? Que estudou um assunto? Que fez um curso?

5.   Disposição para trabalhar muito – Muitos cristãos querem tudo por “milagre”. Querem, por um “toque santo”, ter tudo pronto! Certa pessoa pediu a um pastor que é um mestre na palavra, que impusesse as mãos sobre ele e orasse, transferindo para ela aquele dom maravilhoso de ensino que ele tinha. Ele respondeu: “Claro. Mas depois você vai gastar horas e horas debruçado em cima de livros, Bíblia e concordâncias bíblicas, como eu faço e, assim, terá a unção que eu tenho para ensinar”.

6.  Atenção aos detalhes – Tudo que é excelente é porque foi feito com muita atenção aos detalhes. Decida fazer, rever, depois rever de novo e assim, chegar a excelência.

7.  Planejamento – A maioria das pessoas não gasta tempo com planejamento da agenda semanal de trabalho ou planejamento financeiro ou, até mesmo de atividade, e assim, sempre faz com pior qualidade e gastando mais.  Se você quer chegar à excelência, decida gastar tempo planejado, comece por sua agenda semanal de trabalho!

8.    Perseverança – Normalmente tudo não sai perfeito na primeira vez, é preciso fazer, refazer, tentar de novo, persistir até chegar lá. Não desista! Tomas Edson precisou tentar algumas centenas de vezes até conseguir os caminhos para a lâmpada elétrica. Decida perseverar!

9.   Disposição de expandir seus limites – Se eu quero fazer melhor, chegar mais longe, preciso entender que me será necessário aprender a conviver com a dor, porque chegar a lugares que eu ainda não cheguei, vai sempre requerer de mim mais esforço, mais dilatação dos limites, e isso dói!

Está lançado um novo desafio na sua vida! Agora é sua decisão querer entrar no time que busca a excelência de Deus em tudo que faz, marcando gerações!

domingo, 5 de agosto de 2012

Rompendo a redoma da igreja

Por Hermes C. Fernandes 

 “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte anunciando a palavra.” Atos 8:4 

Um organismo precisa respirar para continuar vivo. A respiração é um movimento de mão dupla. Inspiramos e expiramos. O ar entra por nossas narinas, atravessa nossa traquéia, e enche nossos pulmões, para depois ser devolvido à atmosfera. 

Tente manter o ar preso em seus pulmões por alguns segundos. Você vai ficando vermelho, seus olhos começam a lacrimejar, até que você não agüenta mais e solta o ar. 

Não é simplesmente do ar que necessitamos, mas da entrada e saída ininterrupta deste ar. Sem ar pra respirar, morremos. E prendendo o mesmo ar dentro de nós, também morremos. 

A igreja de Cristo é um organismo vivo que também necessita respirar. 

Em Seu discurso de despedida, Jesus garantiu aos Seus discípulos que lhes enviaria o Espírito Santo a fim de fossem capacitados sobrenaturalmente a dar testemunho do Evangelho: 

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At.1:8). 

A palavra traduzida neste texto por ‘poder’ é dinamus, que dá origem a alguns vocábulos em português, como dinamismo, dinâmica e até dinamite. Dinamus significa poder em movimento.

O Espírito Santo não apenas capacitaria os discípulos a testemunhar, como também os levaria a lugares e circunstâncias jamais imaginadas por eles, para que cumprissem a sua missão. 

O mesmo Espírito que nos atrai a Cristo, nos transforma, também nos envia ao mundo. Narrando sua experiência de conversão perante o rei Agripa, Paulo diz que Jesus se lhe apareceu, dizendo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Agora levanta-te e põe-te em pé. Eu te apareci por isto, para te fazer ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda. Eu te livrarei deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes abrir os olhos, e das trevas os converter à luz...” (At.26:15b-18a). 

Observe que a comissão de Paulo se deu no exato momento de sua conversão. 

O dinamus do Espírito exerce na igreja uma força centrípeta e centrífuga. Ele atrai, transforma e imediatamente envia. 

Não há intervalo! Todos os que são chamados, são também enviados. 

Quando o endemoninhado gadareno se viu livre de sua possessão, quis deixar tudo para seguir a Jesus, mas recebeu d’Ele outra ordem: “Volta para casa e conta quão grandes coisas Deus fez por ti” (Lc.8:39a). 

No reino de Deus tudo é muito prático. Porém, quando a igreja se institucionalizou, tratou de burocratizar o que antes era promovido pela dinâmica do Espírito. 

Quanto tempo de preparo precisou a mulher samaritana para atrair toda uma cidade a Cristo? Foi só o tempo de deixar seu cântaro, ir à cidade e anunciar ao seu povo: “Vinde, vede um homem que me disse tudo o que tenho feito. Poderia ser este o Cristo?” (Jo.4:29). Mesmo sabendo que Jesus era o Cristo, ela preferiu instigar aquele povo à curiosidade. Em vez de apresentar uma contundente resposta, ela instigou-os a questionar. 

E aqui nos deparamos com uma importante questão: será que para testemunhar do amor de Cristo temos que esperar até que todas as nossas questões sejam respondidas? 

Precisamos desburocratizar e dinamizar o processo de evangelização com urgência. 

Ninguém necessita de um mestrado em teologia para anunciar aos seus amigos e familiares quão grandes coisas fez o Senhor em sua vida. 

Não temos o direito de impedir o trânsito pelas portas do reino de Deus. Muitos agem como os fariseus e religiosos contemporâneos de Jesus, que se punham à porta, não entravam e não deixavam ninguém entrar. E quando alguém demonstra desejo de sair testemunhando do amor de Deus, tratam de jogar-lhe um balde de água fria. 

A estes, diz o Senhor: “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Fechais o reino dos céus aos homens. Vós mesmos não entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando” (Mt.23:13). 

Temos que manter o trânsito livre, e para isso, o caminho tem que está desobstruído. 

Veja o que Jesus disse sobre isso: 

“Eu sou a porta. Todo aquele que entrar por mim, salvar-se-á. Entrará e sairá, e achará pastagens” (Jo.10:9). 

Há um detalhe neste verso que tem passado despercebido. O caminho para o Reino é uma via de mão dupla. Quem entra, tem que sair. E o mais surpreendente é que só depois de sair que se acha pastagens. 

As pastagens não estão do lado de dentro da cidade, mas lá fora, entre os vales e montanhas da realidade social e cultural na qual peregrinamos. 

Muitos acham que vão encontrar tais pastagens do lado de dentro da igreja. Por isso, entram, e não querem mais sair. Ficam viciados em igreja. 

Assim como ar que respiramos tem que ser devolvido à atmosfera, temos que devolver ao mundo as pessoas que entram na igreja. Por favor, não se escandalize ainda. Continue sua leitura, e veja se o que digo não faz sentido. 

Qualquer espiritualidade que não nos devolva à realidade é maléfica e alucinógena. 

Se não concorda comigo, tente concordar com Cristo, que em Sua prece sacerdotal, rogou ao Pai: 

“Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (Jo.17:15-18).

 Não se trata de uma questão facultativa. Fomos chamados, santificados e enviados ao mundo. Os pés formosos de que diz a Escritura, são os que estão enlameados pelo chão da vida. 

Cuidado pra não confundir santificação com alienação. 

A igreja não pode ser uma redoma para os seus membros. Ela tem que ser um liquidificador. Experimente colocar várias frutas em seu liquidificador. Ao ligá-lo, elas serão processadas e se tornarão numa deliciosa vitamina. A hélice do eletrodoméstico exerce a força centrípeta e centrífuga. Ela atrai as frutas para si, processando-as ao mesmo tempo em que as empurra para fora. É isso que o Espírito Santo almeja fazer na igreja. 

O mesmo Cristo que diz ‘vinde’, também diz ‘ide’. E não há intervalo. A gente já vem indo, e já vai vindo. 

Em vez de despendermos energia e dinheiro numa mirabolante estratégia de evangelismo (ou seria de marketing?), que tal abrir a porteira do aprisco, permitindo que as pessoas transitem normalmente pelo mundo, testemunhando o que Deus fizera em suas vidas? Haveria estratégia melhor e mais eficiente do que esta? 

Elas não precisam esperar por um "ide" personalizado, vindo direto dos lábios de Cristo para elas. Não! 

A bem da verdade, todos que viemos a Ele, já fomos liberados por Ele para ir. Já estamos no Caminho, indo e vindo no constante fluxo e refluxo da vida. 

No texto original, Jesus não disse "ide", num tom imperativo, mas disse "indo", numa espécie de gerúndio existencial. O texto diz: "Indo por todo mundo, pregai o evangelho...". Queiramos ou não, já estamos na chuva, e quem está na chuva é pra se molhar. 

O vinde é personalizado, mas o ide (ou indo) é generalizado. 

Alguém poderá perguntar: E quanto aos riscos? Como enviar ao mundo pessoas despreparadas para testemunhar? Não seria melhor segurá-las o máximo de tempo possível, até que se vejam prontas? 

Concordo. O risco não pode ser ignorado. Porém, vale a pena corrê-lo. 

Jesus não ignorou os riscos ao enviar Seus discípulos ao mundo. Confira o que Ele diz: “Ide. Eu vos envio como cordeiros ao meio de lobos” (Lc.10:3). 

Neste texto em particular, o ide foi imperativo. 

O que atenua os riscos é o fato de que o pastor das ovelhas vai à frente do seu rebanho. 

“Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as leva para fora. Quando tira para fora todas as ovelhas que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não reconhecem a voz dos estranhos” (Jo. 10:2-5). 

Será lá fora, no mundão, que as ovelhas de Jesus terão suas maiores experiências com Ele. O mundo será o cenário por onde Ele as conduzirá aos pastos verdejantes, às águas tranqüilas. E mesmo quando passarem pelo vale da sombra da morte, não terão o que temer, pois Seu cajado e Sua vara as protegerão. 

O que a igreja deveria fazer é procurar levar as pessoas a uma intimidade tal com o Bom Pastor, que elas jamais confundam Sua voz com a voz do estranho. Em outras palavras, temos que aprender a discernir a voz de Deus no mundo. Seja no ambiente profissional, acadêmico, familiar, ou mesmo nos corredores do poder político, será a Sua voz que guiará a nossa consciência, e, por conseguinte, as nossas atitudes. 

Portanto, já está na hora de liberarmos as ovelhas do Senhor para que cumpram sua missão de transformação do mundo. 

Abramos a porteira, e deixemos o trânsito livre, pra que entrem e saiam, e assim, encontrem pastagem para as suas almas. 

Não há motivo pra insegurança. Quem de fato é do Senhor, jamais abandonará seu redil.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Dois Tipos de Sabedoria

Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior. A sabedoria inferior é medida por quanto uma pessoas sabe, e a superior, pela consciência que ela tem do que não sabe. Os verdadeiros sábios são os mais convictos da sua ignorância. Desconfiem das pessoas auto-suficientes. A arrogância é um atentado contra a lucidez e a inteligência. 


A sabedoria superior tolera, a inferior julga; a superior compreende, a inferior culpa; a superior perdoa, a inferior condena. A sabedoria inferior e cheia de diplomas, na superior ninguém se gradua, não há mestres nem doutores, todos são eternos aprendizes. que tipo de sabedoria controla sua vida? 

 Augusto Cury (O Mestre do Amor Pag. 15)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um Pastor


Qualquer outra jornada poderia ter sido escolhida por ele. Mas alguma coisa em seu interior o dizia que a escolha já havia sido feita. Por mais frustrante que pudesse parecer para algumas pessoas (e oportunista para outras), 'pastorear' seria o verbo que qualificaria suas atividades a partir de então.

Por viver na igreja desde que se entende por gente, ingenuamente supunha saber exatamente o que era um pastor. Não demorou muito para que descobrisse que 'pastorear' é dos verbos mais difíceis de se conjugar.

O púlpito sempre foi sua paixão. Se Deus deixasse, faria do domingo o seu dia e do púlpito o seu local de trabalho. Bom que Deus não deixou! Porque assim como o domingo só faz sentido à luz dos outros seis dias, o púlpito só existe para facilitar a vida fora dele.

Foi quando descobriu que seu principal local de trabalho não está em nenhuma plataforma, mas no solo sagrado do coração daqueles com quem constrói uma caminhada. Foi quando percebeu que pastorear é mais do que pregar. É deixar a ferida do outro dilacerar sua própria alma, para que ambas sejam cicatrizadas juntas na caminhada. E a alegria do outro invadir seu coração, e ser celebrada como se sua fosse.

O púlpito ainda é uma paixão, mas descobriu outra maior do que ele. O templo ainda é o seu lugar de trabalho, mas descobriu um lugar mais sagrado do que ele. O culto ainda é o seu momento, mas descobriu um momento mais importante do que ele. 

Descobriu a gente; descobriu o coração; descobriu a vida.

Ele é um pastor.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Carta Aberta do Rei Momo às Igrejas

Gostaria de expressar minha gratidão por deixarem a cidade inteiramente entregue ao meu reinado. Acho que refugiar-se num retiro foi a melhor coisa que vocês poderiam fazer durante o período carnavalesco.


Estou muito à vontade. Não se preocupem com as almas perdidas, eu cuidarei de cada uma delas pessoalmente, garantindo-lhes muita folia, seguida de tristeza sem fim. Confetes sucedidos de cinzas, fantasias em vez de vestes de louvor, espírito abatido em vez de alegria perene.


Eu deveria condecorar vocês! Seus pastores são meus heróis. O que seria do carnaval se vocês continuassem por aqui, nos importunando, com suas igrejas abertas para receber meus súditos? Prefiro vê-las com as portas fechadas... assim, pelo menos, tenho a cidade inteira ao meu dispor.


Desejo que vocês se divirtam durante o retiro. Ouço dizer que alguns de vocês aproveitam para aprontar as suas... Já até liberei alguns enviados especiais para garantir certa medida de libertinagem lá.

Meninos... comportem-se! Ou pelo menos, finjam isso.

Às vezes penso que a diferença entre meus súditos e eles é que meus súditos tiram as máscaras durante o carnaval, eles não.

Parabenizem seus líderes! Muitos deles me desdenham, mas servem ao meu primo Mamom. Ou vocês nunca pararam pra pensar que é mais barato pular carnaval do que pagar por um retiro desses?

Ah... já ia me esquecendo. Agradeço também àqueles que montaram seus próprios blocos, segundo eles, com o propósito de evangelizar durante a minha festa. Bobos esses meninos! Eles têm mais de trezentos dias do ano para isso, mas preferem colocar o bloco na rua justamente quando ninguém está disposto a ouvi-los. Muitos deles aproveitam a boa justificativa pra matar saudade do mundo...

Tem uns chatos aqui que insistem em manter a igreja aberta, e ficam de plantão para atender aos foliões... Quem eles pensam que são? Ousam desafiar o meu reinado? Eles caminham pelas avenidas esboçando um olhar misericordioso e um sorriso discreto. Agem como se fossem agentes secretos de outro reino invadindo meu domínio. Preciso tomar cuidado com esses, pois são perigosos, subversivos e extremamente nocivos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

E se o "Filho Pródigo" Fosse Gay?




Ultimamente tenho aconselhado algumas pessoas que assumiram a condição de ser homoafetivas. Para evitar confusões, “homoafetivo” é o indivíduo que gosta e sente-se atraído por pessoas do mesmo sexo.

Curioso é que, em comum entre eles, está o fato de suas narrativas carregarem muita dor e tristeza. Elas envolvem – além dos preconceitos sociais já conhecidos – discriminação familiar, violência, abandono dos pais, expulsão de casa, chantagem, ameaças, boicotes, dentre outras questões.

Uma coisa que me chamou a atenção é que, a grande maioria deles, vem de “famílias evangélicas”! Depois de saber disto, ficou mais fácil compreender o porquê de terem desenvolvido uma profunda aversão ao que é ligado ao “sagrado” e a “igreja”. Impossível foi não lembrar de Victor Hugo: “a tolerância é a melhor das religiões”...

Você já ouviu falar do efeito borboleta? Bem, trata-se de um termo usado para se referir à dependência às condições iniciais dentro da chamada Teoria do Caos. Ele foi analisado em 1963 pelo matemático e filósofo Edward Lorenz. Numa explicação simplista, imagine um sistema caótico e extremamente sensível, onde uma pequena alteração no seu estado pode produzir uma enorme diferença no futuro. É mais ou menos isto. O exemplo clássico, que tem sido utilizado para ilustrar a teoria, é afirmar que o simples bater de asas de uma borboleta no hemisfério sul, pode provocar um furacão no hemisfério norte.

Pois bem, utilizando esta teoria, e vivendo as nuances do contexto citado acima, imaginei como ficaria a parábola do filho pródigo, descrita por Jesus no Evangelho de Lucas, se eu fizesse nela uma pequena alteração, ou seja, se transformasse o dito cujo em um gay? O que aconteceria se, ao contextualizar o personagem as idiossincrasias de nosso tempo, atribuísse a ele uma orientação sexual homoafetiva?

Bem, sendo muito sincero, acho que haveria uma profunda mudança nessa história se ela se transformasse num drama atual da vida real. Na minha narrativa, construída a partir do que tenho visto e ouvido, os desdobramentos tomam rotas bem diferentes dos da parábola.

Em primeiro lugar, não seria o filho que pediria a herança ao pai para “cair no mundo”, mas o pai – ou a mãe – é que lhe botariam para fora de casa, se possível, apenas com a “roupa do couro”, como vi recentemente acontecer com o filho de um “pastor”...

Sem dinheiro, sem abrigo, sem auxílio ou amigos, aquele jovem, provavelmente, seria acolhido pelas “ruas”, encontraria uma nova “família”, formada por cafetões, traficantes, viciados e bandidos de toda sorte, gente que nós expurgamos da sociedade e relegamos a uma vida a margem de tudo, a existência marginalizada.

Passados alguns anos, aquele jovem bonito, saudável, cheio de sonhos, já teria se transformado em um ser sem coração, sem devoção, sem emoções, existiria como um “pedaço de carne” que se vende numa esquina qualquer para sobreviver. É muito provável que, em função dos convívios, tenha se tornado viciado e adquirido alguma doença sexualmente transmitida, como a AIDS, por exemplo.

No fundo do poço, sem dinheiro, sem dignidade, sem saúde, desencontrado de si mesmo, perdido de sua alma, sentindo-se abandonado por Deus, desterrado da vida, ele, enfim, cai em si, e exclama: “voltarei para a casa do meu Pai!”.

Contudo, seria justamente aí onde seu problema tomaria proporções ainda maiores, pois, ao voltar, o pai não o estaria esperando e, surpreendido com sua “triste figura”, o rejeitaria mais uma vez. Não seria de admirar que afirmasse algo do tipo: “eu não lhe avisei que não destruísse a sua vida? Que o que você estava fazendo era abominação ao Senhor?! Agora, viva com as conseqüências de seus atos!”. E o despediria sem maiores constrangimentos... como desgraçadamente tenho visto acontecer.

Essa história, apesar de ser ficção, tem se materializado na existência de muitos, talvez bem mais do que você imagine! Mas certamente alguém vai indagar: o que é que este sujeito está querendo defender? Ele agora virou apologeta do homossexualismo? Entrou para a causa do movimento LGBT?

Bem, meu amigo, a questão aqui não é esta. Eu estou, sim, defendendo a vida, o direito de um filho ser acolhido, em qualquer que seja a circunstância, pelo seu pai, pela mãe, pela sua família! Eu estou tentando aguçar consciências de que não é jogando as pessoas no “lixo” que elas se tornarão melhores, pois pessoas não são coisas: coisas a gente usa e joga fora; pessoa a gente ama!

Na parábola descrita por Jesus, o filho mais novo lançou-se na vida, depois de pedir ao “Pai” o imponderável: a herança! E isso enquanto o mesmo ainda estava vivo! Além do mais, sendo ele o mais novo, não tinha direito a absolutamente nada. Santo Agostinho, quanto trata deste texto, afirma que o que o filho pediu ao “Pai” não foi dinheiro, mas a liberdade de viver a sua própria vida, de experimentar aquilo que lhe aprouvesse ao coração.

E assim o filho se foi... Seu bolso estava cheio de dinheiro, enquanto o coração do “Pai” cheio de tristeza e dor. Ele foi para a esbórnia, para a fanfarra, para a boemia, para a dessignificação do ser, para um viver dissoluto, que diluiu sua substância interior e transformou sua alma em pasta.

Na minha parábola, todavia, ninguém se preocuparia com nada disto, pois, ele sendo “homem”, faria tudo sem maiores problemas, uma vez que contaria com a anuência da consciência coletiva machista. Quando a grana acabasse, e ele decidisse voltar para casa, o pai faria até festa para recebê-lo, pois o “garoto” havia crescido, virado um “garanhão”, aprendido a beber e a fumar! Sim, posso até ver o pai dizendo aos amigos: “olha lá! Aquele ali é o meu “menino”! Enquanto isso, o “bebezão” estaria se esbaldando no John Walker com Red Bull. No fundo, a questão é puramente cultural, pois o que estamos tratando é de pecados mais ou menos aceitos socialmente, que carregam ou não preconceitos. Um filho pródigo "homem" todo pai aceitaria. Mas, e se fosse gay? Bem, aí já é demais...

É bem provável que muita gente que vai ler este texto não o entenda... Outros tantos vão “descer o pau” e me chamar de liberal e outras coisas mais... impublicáveis... Mas a verdade é que eu não estou escrevendo para nenhum deles... Ainda assim oro para que jamais tenham que passar por um drama desta natureza.

Este difícil texto, meu “mano”, eu escrevo para você – pai – mãe – que tem um filho, uma filha, homossexual. E eu lhe suplico, em Nome de Jesus, não a(o) jogue na sarjeta da vida! Não o(a) entregue aos “lobos” da existência! O simples fato de você acolhê-lo(a) e amá-lo(a) pode fazer a grande diferença entra a vida e a morte! Nas palavras de Gandhi: “tolerância é uma necessidade em todos os tempos e para todas as raças. Mas tolerância não significa aceitar o que se tolera”, ou seja, você não precisa concordar com tudo o que ele faz, mas necessita amá-lo por tudo que ele é!

No texto de Lucas, sempre fiz a abstração de que, todos os dias, aquele “Pai” ficava no alpendre de sua casa, olhando fixamente para o horizonte, esperando com coração sofrido o dia em que seu filho voltaria para casa. O tempo passou... mas, num certo dia, ele apontou na estrada empoeirada. Chegou mal-cheiroso, mal-amado, mal-resolvido. Chegou todo “quebrado”, cortado pela navalha fria da vida, com lágrimas nos olhos e sangue nos pés. Contudo, que importava tudo isto, se ele havia voltado?

Uma coisa, todavia, para aquele jovem descrito por Jesus, fez toda a diferença: foi quando o “Pai”, com emoção incontida, afirmou: “este meu filho estava morto e reviveu; estava perdido e foi achado” e, beijando-o e abraçando-o o recebeu de volta. Como bem disse Geoffrey Chaucer: “a misericórdia vai além da justiça”.
Carlos Moreira

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Parabéns Belém


Parabéns, Belém, pelos 396 anos de gloriosa história e conquistas! Que o Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz!

domingo, 1 de janeiro de 2012

Alcebíades Pereira de Vasconcelos e a Política Ministerial

Pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos

O pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos (1914-1988), um dos grandes líderes das Assembleias de Deus em Belém e no Brasil, foi pastor, missionário, teólogo, escritor, jornalista, articulista dos periódicos da CPAD, diretor do Departamento de Publicações da CPAD e ex-presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).

Em 1981, quando liderava a Assembleias de Deus em Manaus, por ocasião da Convenção Geral, em resposta a uma entrevista ao Mensageiro da Paz sobre a seguinte questão: "Qual a maior necessidade da igreja hoje?", respondeu:
Sincera e biblicamente, creio ser hoje a maior necessidade da Assembleia de Deus no Brasil, mais do que nunca, arrepender-se e, ajoelhada, confessar a Deus o seu pecado de omissão evangelística! São 70 anos! É tempo demasiado para havermos evangelizado cada brasileiro! E o que fizemos? Praticamente nada, em face da ação evangelística descrita nos textos de Atos 1.15; 2.4; 5.28; 6.7; e 21.20, e Colossenses 1.6, 23, pois é notório que a rigor ainda não evangelizamos qualquer cidade brasileira do modo feito em Jerusalém, conforme Atos 5.28. Que resta por realizar? É a evangelização do nosso povo que está ainda por fazer! O que ameaça o seu progresso? Infelizmente reconheço que é a política ministerial que se tem convertido num autêntico opróbrio à nossa igreja, despreparando-a para o Arrebatamento, que se avizinha (ARAUJO, Israel de. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 895)
Depois de 30 anos desta declaração feita pelo pastor Alcebíades Pereira de Vasconcelos, em pleno ano do Centenário, a realidade é ainda mais assustadora.


Para onde caminhamos nós enquanto denominação evangélica? Poderemos escapar da morte na areia suja e movediça da política ministerial?


É tempo de clamar, a começar por nós obreiros e líderes: "Salva-nos Senhor!"